Baseado em original publicado pelo autor em 2004.
Depois de explicar o que seria um dinossauro (vide post do dia 24 de setembro), venho hoje apresentar os dois grandes grupos em que esses animais são divididos, segundo critérios da classificação biológica.
Denomina-se taxonomia o ramo da biologia responsável pela classificação dos seres vivos. O ato de classificar as espécies vem desde a Antigüidade (vide Aristóteles e Buda), mas só foi encarada de forma sistemática e científica a partir do sueco Carl Von Lineé (1707-1778), mais conhecido pelas versões latinizadas de seu nome: Carolus Linneaus ou simplesmente Lineu. Esse grande naturalista criou um sistema de classificação baseado em termos na maioria em latim, que é utilizado até hoje, com alterações mínimas.
Depois de explicar o que seria um dinossauro (vide post do dia 24 de setembro), venho hoje apresentar os dois grandes grupos em que esses animais são divididos, segundo critérios da classificação biológica.
Denomina-se taxonomia o ramo da biologia responsável pela classificação dos seres vivos. O ato de classificar as espécies vem desde a Antigüidade (vide Aristóteles e Buda), mas só foi encarada de forma sistemática e científica a partir do sueco Carl Von Lineé (1707-1778), mais conhecido pelas versões latinizadas de seu nome: Carolus Linneaus ou simplesmente Lineu. Esse grande naturalista criou um sistema de classificação baseado em termos na maioria em latim, que é utilizado até hoje, com alterações mínimas.
Em taxonomia, os dois grandes grupos em que são divididos os dinossauros pertencem à categoria denominada Ordem. Exemplos de Ordens entre os mamíferos são os cetáceos (baleias e golfinhos), roedores (ratos, esquilos, capivaras e similares) e os primatas (lêmures, társios, lóris, todos os macacos e o homem). Como vimos no texto sobre a definição desses animais, os dinossauros representam uma Superordem (Deinosauria). O prefixo super (assim como outro bastante comum, sub) é utilizado em taxonomia para representar categorias intermediárias entre as principais (filo, classe, ordem etc), caso os especialistas percebam tal necessidade – em algumas situações não há intermediários entre essas categorias.
O principal critério utilizado para a definição dos dois grandes grupos é a estrutura da cintura pélvica; mais precisamente a posição do osso denominado púbis, presente no esqueleto de todos os vertebrados terrestres dotados de membros posteriores, inclusive nós. Com base nisso, a taxonomia divide a Superordem Deinossauria nas Ordens Saurischia e Ornithischia. Obviamente, seguindo a metodologia taxonômica, dentro de cada uma destas Ordens há outras subdivisões, que deixarei para abordar noutra ocasião.
Os saurísquios (saurus = réptil e ischius = quadril) foram os primeiros a surgir na história evolutiva, no início do período Triássico; à cerca de 220 milhões de anos. Caracterizam-se anatomicamente pelo púbis voltado para frente, à semelhança da maioria dos outros répteis. Todos os dinossauros carnívoros e onívoros, bem como os grandes herbívoros saurópodes de pescoço longo (como o Apatossaurus e o Diplodocus), compõem este grupo.
Os ornitísquios (ornitho = ave e ischius = quadril) apresentam o púbis voltado para trás, paralelo ao osso denominado ísquio. Esta estrutura anatômica torna a bacia pélvica desses animais muito semelhante a das aves. Todos os dinossauros pertencentes a este grupo são herbívoros. Os primeiros surgiram no início do período Jurássico, ä cerca de 200 milhões de anos, como herbívoros pequenos e bípedes. Fazem parte desta Ordem todos os herbívoros bípedes (inclusive os hadrossauros), os estegossauros, nodossauros, os "blindados" anquilossauros e os ceratopsídeos dotados de chifres.
Cladograma mostrando a evolução e possíveis relações de parentesco (filogenia) dos dinossauros (modificado de Benton, 1990).
Curiosamente, as aves evoluíram a partir dos Saurischia e não dos Ornisthischia. Fósseis das primeiras aves autênticas como o Hesperornis e o Sinornis, indicam que a cintura pélvica desses animais dotados de dentes era ainda muito parecida com a dos seus antepassados terópodes (grupo dos dinossauros carnívoros). A anatomia pélvica das aves e dos dinossauros ornitísquios é um dos maiores exemplos do fenômeno conhecido em biologia como evolução convergente ou evolução paralela; onde seres sem nenhum parentesco, nenhuma ligação evolutiva e por vezes vivendo em locais diversos acabam desenvolvendo estruturas semelhantes.
2 comentários:
Estudei tantos anos e nunca aprendi tanto como qdo comecei a ler seu blog. Quem dera q minha profª de biologia tivesse falado de dinossauros da maneira q vc fala no seu blog. Valeu "teachr". Bjs
Evolução é o ramo (posso chamar assim?) da Biologia que mais me atrai...
Uma aula ministrada por você deve ser fantástica, Átila!
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