Como complemento aos meus posts anteriores referentes à possibilidade de vida extraterrestre, segue um excelente texto do engenheiro químico e consultor empresarial Francisco Quiumento, onde o mesmo inclui como fatores a serem considerados o nível civilizatório e a escala econômica de uma cultura:
http://francisco-scientiaestpotentia.blogspot.com.br/2012/12/aliens-ou-vida-extraterrestre-iii.html
Boa leitura.
sábado, dezembro 15, 2012
MAIS SOBRE VIDA EXTRATERRESTRE
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Átila Oliveira
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terça-feira, dezembro 04, 2012
AS MUDANÇAS NA EQUAÇÃO DE DRAKE
Frank Drake e sua equação (foto: divulgação).
Na minha palestra “Vida na Terra e Vida Extraterrestre”, cujo resumo pode ser conferido
neste blog (e lembrando que todos os leitores são livres para
divulgá-lo e mesmo imprimi-lo, desde que mantidos os devidos
créditos), mencionei a famosa equação do Professor Emérito de
Astronomia e Astrofísica pela Universidade da Califórnia e grande
amigo de Carl Sagan (1935-1996), Dr. Frank Donald Drake. Essa equação
visa estimar a quantidade de civilizações extraterrestres cujo
nível tecnológico permitiria a emissão de sinais de rádio a nível
galáctico e, consequentemente, um possível contato com o planeta
Terra. Como complemento ao material supracitado e principalmente para
maiores esclarecimentos, tomei a decisão de apresentá-la, incluindo
as mudanças que ocorreram na mesma desde quando foi elaborada, em
1961.
A Equação de Drake,
como ficou conhecida, se popularizou por meio da série de TV e do
livro “Cosmos” (1980) de Sagan, além de ter sido divulgada em
numerosos outros livros sobre Astronomia, bem como de pseudociência,
como “Eram os Deuses Astronautas?” (1968) de Erich Von
Däniken, em revistas de ufologia etc. Apesar de figurar em algumas
publicações de credibilidade duvidosa (que via de regra, distorcem
tendenciosamente os seus resultados, como veremos a seguir), a
equação é séria, bem fundamentada e, diga-se de passagem,
extremamente simples:
Onde as
estimativas originais de Drake foram as seguintes:
R* = número de estrelas da Via Láctea. Estimativa:
200 bilhões.
fp = fração estimada de estrelas com planetas
orbitando ao redor (0,5).
ne = fração estimada de planetas em um dado sistema,
ecologicamente adequados para o desenvolvimento de vida (entre 0,1 e
1,0).
fl = fração estimada de planetas onde a vida se
desenvolveu (entre 0,1 e 1,0).
fi = fração estimada de planetas onde se desenvolveu
vida inteligente – consciência, raciocínio e cultura. (1,0).
fc = fração estimada de planetas habitados por vida
inteligente onde se desenvolveu uma civilização capaz de se
comunicar (0,1 a 0,9).
L= fração estimada de tempo em que essa civilização
enviou sinais (0,000001).
N= número estimado de civilizações tecnicamente
avançadas na Via Láctea (100 mil).
Pseudocientistas e
charlatões dos mais diversos tipos adoram distorcer esse valor
final, indo de resultados que vão de 200 mil até a casa dos
milhões. Justamente pela sua simplicidade, a Equação de Drake
possui variáveis que permitem uma gama considerável de resultados.
Isso porque Drake estava preparado para possíveis descobertas
científicas que pudessem alterar o resultado inicialmente obtido. De
fato, ele nunca afirmou que esse número era definitivo. Na verdade,
nenhum cientista realmente ético faria algo semelhante numa situação
dessas. E é de conhecimento geral como pessoas de má fé utilizam
brechas em coisas que vão de legislações a teorias científicas
para criar seus embustes. Entretanto, muitos pesquisadores,
especialmente da área das ciências biológicas, observam que ele
foi por demais otimista nas suas conclusões. Na verdade, ele
realmente cometeu um equívoco muito comum por parte daqueles que não
estão familiarizados com a evolução biológica.
Antes, porém,
comentarei outras alterações feitas na equação ao longo dessas cinco décadas. Duas delas são particularmente interessantes,
apesar de interferirem pouco no resultado estipulado por Drake. O astrofísico norte-americano Michael Seeds no
seu livro “Horizons: Exploring the Universe” (1993) relaciona o número
de estrelas atualmente existente na galáxia, N*, com a taxa
de formação de estrelas. Em 2005 Alexander Zaitsev, engenheiro e
astrônomo da Academia Russa de Ciências incluiu as variáveis
nr (“Número de Reaparição”, o número médio de vezes
que uma civilização nova reaparece no mesmo planeta após a
extinção de uma civilização anterior, que teria surgido uma única
vez) e fm (“Fator de Comunicação”, a fração de
civilizações comunicativas que realmente se interessariam por
transmissão interestelar), logo após a variável fc.
Esses fatores provocam uma alteração mínima no resultado final (no
máximo um aumento de 1%), mas especialmente as duas novas variáveis
merecem atenção, uma vez que o ser humano não se comunica
ativamente por sinais de rádio interestelar (com única exceção do
episódio do radiotelescópio de Arecibo, o projeto SETI apenas
recebe sinais, não os envia) e a possível extinção de uma
civilização seguida pela ascensão de outra é um fator a ser
considerado.
A coisa realmente
começou a mudar quando vários astrônomos e astrofísicos
perceberam o risco de colisão ou severa mudança climática causada
por perturbação gravitacional decorrente da aproximação a algum
objeto massivo. Óbvio que a gravidade exercida pela estrela não
permite que um planeta escape da sua órbita e saia vagando por aí.
Ocorre que as estrelas também se movem. As galáxias estão sempre
em movimento. E existe o risco real de uma colisão ou
desestabilizadora aproximação com outra(s) estrela(s), inclusive de
que os planetas que orbitam a estrela em questão colidam com outras
estrelas ou com planetas de outras estrelas, ou sejam bombardeados
por objetos semelhantes à nossa nuvem de Öort ou nosso cinturão de
Kuiper, entre outros fatores que poderiam extinguir a vida num
planeta qualquer. Além disso, não se pode esperar que a órbita do
Sol ou outra estrela localizada nas regiões periféricas da galáxia
sejam estáveis a longo prazo. Esse fator torna o resultado final no
mínimo 100 vezes menor daquele que Drake presumiu.
Mas o fator que altera
definitivamente o resultado da Equação de Drake diz respeito à
evolução da vida na Terra. Drake estipulou que o surgimento de vida
considerada inteligente seria inevitável num planeta onde
simplesmente a vida já existisse (fi = 1,0, ou seja,
100% de chance). Contudo, o atual conhecimento sobre os processos
evolutivos mostra que acreditar nisso seria no mínimo ingênuo. No
último capítulo do seu livro “Vida Maravilhosa” (1989), o
paleontólogo norte-americano Stephen Jay Gould (1941-2002) aponta
que a história da vida na Terra apresentou muitas possibilidades,
das quais poucas sobrevivem nos dias atuais. Ele propõe imaginarmos
essa história como um filme, onde podemos retornar e pausar certas
cenas, observando que pequenas mudanças nelas poderiam fazer toda a
diferença. A hipótese da Terra Rara, que surgiu com o livro de
mesmo nome (Ward & Brownlee, 2000) expõe de maneira bastante
didática porque a vida multicelular seria um fenômeno raro, ainda
que a vida formada por seres unicelulares possa ser relativamente
comum no universo. Conforme explico no material supracitado, a
evolução biológica não possui qualquer direção ou propósito, e
uma pequena mudança durante o processo (extinções em massa, troca
de material genético etc) pode alterar todo o seu curso. Ela é
marcada pelo acaso. Como dito anteriormente, trata-se um equívoco
relativamente comum por parte dos não biólogos. Os críticos podem
argumentar que conhecemos apenas um tipo de vida e que o universo
pode conter vida totalmente diferente daquilo que conhecemos como
vida, inclusive com uma evolução totalmente diferente. Todavia,
isso não muda os fatos. Primeiro porque não temos qualquer
evidência de tais formas de vida. Segundo porque as hipóteses nesse
sentido, como as que lidam com elementos químicos que possam
substituir aqueles que conhecemos como constituintes básicos do
seres vivos (silício no lugar do carbono, arsênio no lugar do
fósforo etc.), mostram que essa suposta vida exótica seria ainda
mais rara. E terceiro que uma provável biosfera diferente de tudo
aquilo que conhecemos como vida será tratada como algo diferente,
talvez até mesmo dando origem a toda uma nova área da ciência para
estudá-la.
O fator do acaso
relacionado à evolução biológica faz com que o resultado final da
Equação de Drake seja um modesto número entre 0 e 10. Alguns
pesquisadores arriscam um valor de apenas duas civilizações
avançadas na nossa galáxia capazes de se comunicar conosco
(resultado = 2,31). Há aqueles que afirmam que sejamos únicos na
Via Láctea. E há ainda os mais otimistas, defendendo a existência
de um número maior de civilizações menos avançadas, com as quais
não poderíamos nos comunicar – um número que poderia chegar a
200. De qualquer maneira, se não estamos sozinhos, nossos vizinhos
mais próximos devem estar a muitos anos-luz de distância.
Bibliografia
recomendada:
DAWKINS, Richard, A
Grande História da Evolução, Companhia das Letras, 2009.
GOULD, Stephen Jay,
Vida Maravilhosa, Companhia das Letras, 1990.
SAGAN, Carl, Cosmos,
Villa Rica,1983.
SEEDS,
Michael A. e BACKMAN, Dana, Horizons:
Exploring the Universe, Brooks Cole,
12º ed., 2012.
WARD, Peter D. e
BROWNLEE, Don, Terra Rara, Campus, 2000
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Átila Oliveira
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terça-feira, novembro 27, 2012
MINHAS PALESTRAS NO IV ENCONTRO DE COSMOS
VIDA NA
TERRA E VIDA EXTRATERRESTRE
Dia 01/12, sábado, 17h.
Poucas coisas na Terra são tão fascinantes quanto à diversidade de seres vivos que a povoa. E um dos maiores mistério da ciência é como a vida teria surgido. Embora hoje já se tenha uma ideia de quando a vida terrena começou, ainda não sabemos como esse fenômeno tão singular teve origem. O mistério torna-se ainda maior se pensarmos na vida não apenas no nosso planeta, mas no universo. Seria a vida um fenômeno universal ou localizado? Seria ela a regra no cosmo ou uma grande exceção? É possível que haja vida em outros planetas? Se sim, eles seriam parecidos conosco? Existiria vida em Marte?
Carl Sagan tinha especial interesse na busca por vida extraterrestre e se uniu a especialistas de diversas áreas numa verdadeira caça a evidências nesse sentido, ao mesmo tempo em que repudiava formas não científicas fazê-lo. Tal atitude pioneira é considerada a semente da área de pesquisa científica interdisciplinar hoje conhecida como Astrobiologia.
Nesta palestra será abordado o conceito de vida, a história da vida na Terra, os mecanismos evolutivos, a possibilidade de vida fora da Terra e as pesquisas nessa área. Também serão tratados conceitos errôneos e idéias deturpadas presentes no senso comum referentes à evolução biológica e à possibilidade de vida extraterrestre.
Referências:
- ASIMOV, Isaac, Civilizações Extraterrenas, Nova Fronteira, 1980.
- DAWKINS, Richard, A Grande História da Evolução, Companhia das Letras, 2009.
- GLEISER, Marcelo, Criação Imperfeita, Record, 2010.
- GOULD, Stephen Jay, Darwin e os Grandes Enigmas da Vida, Martins Fontes, 1992.
- GOULD, Stephen Jay, Vida Maravilhosa, Companhia das Letras, 1990.
- SAGAN, Carl, Cosmos, Villa Rica, 1983.
- SAGAN, Carl, O Mundo Assombrado Pelos Demônios, Companhia das Letras, 1995.
- WARD, Peter D. e BROWNLEE, Don, Terra Rara, Campus, 2000.
Na WEB:
MICROORGANISMOS:
UMA VISÃO CÓSMICA
Dia 02/12, domingo, 16h.
Além de serem as mais antigas formas de vida, os seres unicelulares (constituídos por uma única célula) estão literalmente por toda parte: da água que bebemos ao interior de todos os seres multicelulares. Nas palavras do paleontólogo norte-americano Stephen Jay Gould (1941-2002): “As bactérias representam o grande sucesso da história da trajetória da vida. Elas ocupam domínio mais amplo de ambientes e possuem variabilidade bioquímica maior que qualquer outro grupo. São adaptáveis, indestrutíveis e surpreendentemente diversificadas”. Em seu livro “Microcosmos” (2004) Lynn Margulis (1938-2011), microbióloga e ex-esposa de Carl Sagan, defende que esses seres seriam os grandes “condutores” da evolução da vida na Terra. Além disso, alguns dos mais simples desses seres, denominados extremófilos, vivem em locais cujas características físico-químicas seriam letais para qualquer forma de vida mais complexa. Entenda porque esses seres tão pequenos são os verdadeiros senhores do planeta e nunca são ignorados no planejamento das viagens espaciais.
Referências:
- ALTERTHUM, Flávio e TRABULSI, Luiz Rachid, Microbiologia, Atheneu, 2008.
- FUTUYMA, Douglas J., Biologia Evolutiva, Funpec, 2003.
- HORIKOSHI, Koki e GRANT, W. D., Extremophiles – Microbial Life in Extreme Environments, John Wiley, 1998.
- MARGULIS, Lynn e SAGAN, Dorion, Microcosmos – Quatro Bilhões de Anos de Evolução Microbiana, Cultrix, 2004.
- SAGAN, Carl, Cosmos, Villa Rica, 1983.
- UJVARI, Stephan Cunha, História e suas Epidemias – A Convivência do Homem com os Microorganismos, Senac Rio, 2003.
- WARD, Peter D. e BROWNLEE, Don, Terra Rara, Campus, 2000.
Na WEB:
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Átila Oliveira
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quarta-feira, novembro 14, 2012
IV EVENTO DE COSMOS
E estamos aí novamente, pelo quarto ano consecutivo. Para aqueles que ainda não conhecem esse evento anual, ele celebra a obra do
astrônomo e pioneiro da divulgação científica junto ao grande
público, Carl Sagan (1934-1996). O encontro conta desde a sua
primeira edição com um ciclo de palestras, apresentações de
vídeos da série Cosmos e exposições.
A série televisiva
Cosmos, criada por Sagan e lançada inicialmente em 1980, chegou ao
Brasil em 1982 e obteve grande sucesso no mundo inteiro. O tema
principal da série era a Ciência e as relações dela com a vida na
Terra e em seus episódios foi possível conhecer um pouco mais sobre
os outros planetas, quasares e questões ecológicas que afetam
diretamente a sobrevivência da raça humana no planeta. O grande
mérito da série foi ter antecipado problemas ambientais que nos
afetam hoje em dia, como o efeito estufa e o aquecimento global.
Carl
Sagan foi um homem sempre a frente de seu tempo, uma pessoa sem medo
de errar e que ensinou gerações adquirirem amor pela ciência e o
planeta Terra.
Local: Escola Municipal de Astrofísica - Av. Pedro Álvares
Cabral, s/n, portão 10 (para pedestres) ou portão 3 para
estacionamento - Parque do Ibirapuera, São Paulo/SP
PROGRAMAÇÃO*
Dia 01/12 (sábado):
13h00 – Bate papo com Danilo Beyruth
Danilo Beyruth é ilustrador e quadrinista
brasileiro, responsável pela quadrinização de O Astronauta
Magnetar.
14h00 – Exploração e Colonização: o
Sistema Solar e Além - A humanidade
sempre explorou, fazendo as mais importantes descobertas que
alteraram profundamente seu modo de vida. A nova fronteira da
exploração é o espaço, e se não possuímos ainda as
fabulosas naves da ficção científica, com nossos robôs e
telescópios temos realizado uma nova era de descobrimentos
que revolucionaram nosso entendimento do universo e de nosso
lugar nele. Nesta palestra são abordadas as histórias dessas
viagens de descobrimento, os meios com que foram realizadas, e o
que está por vir no futuro próximo.
Renato Azevedo
15h00 – Planeta
Terra: a relação entre o ser humano e o ecossistema -
Um dos temas mais discutidos atualmente nas mídias e meios de
comunicação é o meio ambiente, propostas de recuperação e
preservação ambiental, conceitos de sustentabilidade, ideias novas,
grandes e pequenas, para a solução ou pelo menos a mitigação de
problemas ambientais causados pelo próprio ser humano. Mas, tais
propostas são viáveis? Será possível manter o desenvolvimento
tecnológico e o crescimento populacional diminuindo os impactos
causados ao ecossistema? Quanto tempo o planeta resiste? Convidamos a
todos à discussão e reflexão.
Melina Alvarez
16h00 – Planetas Extrasolares - Há
muito a humanidade tem questionado se existiriam planetas fora do
nosso Sistema Solar, se seriam parecidos com a Terra e se neles
poderia haver vida. Com o avanço da tecnologia as descobertas
nesse campo têm crescido a uma velocidade espantosa, e mais de
800 planetas extrasolares já foram descobertos até o momento.
Quais suas características? Como são seus sistemas
planetários? Estão em órbita de estrelas parecidas com nosso
Sol? Poderiam abrigar vida? Tais questões serão
discutidas nesta palestra, bem como as mais recentes descobertas.
Silvia Reis
17h00 – Vida na Terra e Vida
Extraterrestre - Poucas coisas na
Terra são tão fascinantes quanto à diversidade de seres vivos que
a povoa. E um dos maiores mistério da ciência é como a vida teria
surgido. Embora hoje já se tenha uma idéia de quando a vida terrena
começou, ainda não sabemos como esse fenômeno tão singular teve
origem. O mistério torna-se ainda maior se pensarmos na vida não
apenas no nosso planeta, mas no universo. Seria a vida um fenômeno
universal ou localizado? Seria ela a regra no cosmo ou uma
grande exceção? É possível que haja vida em outros planetas? Se
sim, eles seriam parecidos conosco? Existiria vida em Marte?
Átila Oliveira
18h00 – Apocalipse - Quais
as verdadeiras causas de um eventual fim do mundo? Elas não estão
escritas em tábuas de argila, calendários ou em algum documento.
Elas são os atos do dia-a-dia do ser humano. Neste bate papo,
confira o que pode levar a humanidade ao seu verdadeiro fim.
Alan Uemura e Átila Oliveira
Dia 02/12 (domingo):
13h00 – Presente de um Mundo Distante
- Lançada como um bilhete dentro de uma garrafa no imenso oceano
cósmico, a mensagem do disco dourado na Voyager diz muito mais a
respeito do anseio da raça humana em encontrar aqueles que, não
importa o quão avançados (ou não) sejam, poderão ser
considerados seus iguais. Somos todos “poeira das estrelas”,
lançando olhares assombrados e esperançosos para a imensidão do
universo.
Douglas Camillo Reis
14h00 – Clonagem - Pessoas
criadas geneticamente seriam as melhores para a exploração
espacial? Como a ciência e a ficção vêem essa questão?
Grupo Galáctica
15h00 – Vida e Morte das Estrelas - Ao
olharmos para o céu noturno podemos observar as estrelas, que nos
parecem belas, eternas e imutáveis. Mas na verdade o universo
está em constante transformação. As estrelas são todas
iguais? Qual seu tempo de vida? Como nascem e
morrem? Conheça mais sobre esses astros, suas características
como composição química e temperatura, e descubra que somos todos
“poeira de estrelas”.
Silvia Reis
16h00 – Microorganismos: Uma Visão
Cósmica - Além de serem as mais
antigas formas de vida, os seres unicelulares (constituídos por uma
única célula) estão literalmente por toda parte: do ar que
respiramos ao interior de todos os seres multicelulares. Nas
palavras do paleontólogo norte-americano Stephen Jay Gould
(1941-2002): “As bactérias representam o grande sucesso da
história da trajetória da vida. Elas ocupam domínio mais amplo de
ambientes e possuem variabilidade bioquímica maior que qualquer
outro grupo. São adaptáveis, indestrutíveis e surpreendentemente
diversificadas”. Em seu livro “Microcosmos” (2004) a
microbióloga Lynn Margulis (1938-2011), defende que os
microorganismos seriam os grandes “condutores” da evolução
da vida na Terra. Além disso, alguns dos mais simples desses seres,
denominados extremófilos, vivem em locais cujas características
físico-químicas seriam letais para qualquer forma de vida mais
complexa. Entenda porque esses seres tão pequenos são os
verdadeiros senhores do planeta e nunca são ignorados no
planejamento das viagens espaciais.
Átila Oliveira
17h00 – Explorando o Sistema Solar e Além:
Viagens Espaciais Tripuladas -
O ser humano sempre teve o impulso inato de explorar, e graças a
isso saímos das cavernas, realizamos as grandes navegações e
descobrimentos, e já começamos a explorar nosso sistema
solar. Seguindo o "pequeno passo" de Neil Armstrong, o
primeiro homem a pisar na Lua na missão Apollo 11, será apresentado
um histórico das principais missões espaciais já realizadas, além
de projeções para o futuro.
Renato Azevedo
18h00 – Fator Humano na Exploração
Espacial - O que seria necessário
para o homem viajar pelo espaço? As grandes ameaças a uma missão
espacial afetariam o bem-estar mental da tripulação e a forma como
o astronauta irá interagir uns com os outros.
Alan Uemura
PALESTRANTES
Alan Uemura: Jornalista e editor do site Aumanack – Diversãosem Limites.
Átila Oliveira: Biólogo e educador; mantém o blog Pegadas de Um Dinossauro do Século XXI.
Douglas Camillo Reis: Escritor e astrônomo amador.
Átila Oliveira: Biólogo e educador; mantém o blog Pegadas de Um Dinossauro do Século XXI.
Douglas Camillo Reis: Escritor e astrônomo amador.
Melina Alvarez:
Bióloga atuante na área de ecologia e meio ambiente.
Renato Azevedo: Escritor e engenheiro eletrônico.
Silvia Reis: Astrônoma amadora, psicopedagoga e autora de 10 livros na área da educação.
Renato Azevedo: Escritor e engenheiro eletrônico.
Silvia Reis: Astrônoma amadora, psicopedagoga e autora de 10 livros na área da educação.
(*) Programação
sujeita à alterações.
Organização:
Aumanack e Cosmos Legacy.
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segunda-feira, setembro 03, 2012
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DIA DO BIÓLOGO
Biologia, mais que uma ciência. Mais que uma profissão; um estilo de vida.
Parabéns a todos nós pelo nosso dia.
Parabéns a todos nós pelo nosso dia.
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terça-feira, julho 24, 2012
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A PIRÂMIDE DA ARGUMENTAÇÃO
ou...
por que refutações verdadeiras requerem verdadeiro conhecimento
sobre o assunto e não apenas orelhadas e trechos de Wikipedia?
Depois de um bom tempo
sem atualizar o blog, retorno com um post que talvez interesse
àqueles que curtem ciência e, em especial, os debates envolvendo
cientistas e não cientistas. Em 2010 postei o texto Sobre Falácias,
de Guilherme Magalhães Gall; onde o autor discorre em detalhes sobre
os vários recursos de desonestidade intelectual utilizado por
fanáticos religiosos, pseudocientistas e toda a classe daqueles que
se incomodam e/ou por algum motivo não aceitam determinadas teorias
científicas, em debates com cientistas. Para aqueles que conheceram
o blog há pouco tempo e ainda não leram tal artigo, considero de
suma importância fazê-lo antes de seguir por aqui, tendo em vista que alguns dos termos utilizados no post de hoje dizem respeito
diretamente ao mesmo. Àqueles que quiserem saber mais sobre o
fanatismo religioso como inimigo da ciência sugiro a leitura dos
meus textos Sobre o Criacionismo e O Pilar Fundamental do Criacionismo, ambos também deste blog..
Hoje lhes apresento a
“Pirâmide da Argumentação” – que felizmente tem se espalhado
por toda internet, incluindo o facebook. Trata-se de uma espécie de
classificação dos diversos “estágios” de argumentação que
podem surgir num debate envolvendo opiniões antagônicas; indo desde
a atitude mais grosseira (ofensa pessoal pura e simples, a ponto de
se deixar de lado o assunto discutido) até a mais refinada e
objetiva (refutação verdadeira ao ponto central do que é
apresentado, sem o uso de falácias, por parte de quem conhece o
assunto).
O formato de pirâmide
é ideal para ilustrar tal situação, uma vez que a argumentação
mais pobre costuma ser aquela utilizada pela maioria daqueles que se
dispõe a discutir tais assuntos representando a sua base, enquanto o
seu ápice representa a refutação verdadeira. Tal conclusão parece
óbvia, mas há mais variáveis envolvidas. Antes de mencioná-las,
contudo, nos atentemos para duas outras conclusões as quais o leitor
certamente também deve ter chegado:
- Os indivíduos que fazem uso de falácias não costumam ir além do quinto andar da pirâmide (ela sempre deve ser lida de baixo para cima). A falta de conhecimento, a paixão irracional (no caso dos fanáticos religiosos) e a própria metodologia científica impedem que eles consigam mais do que contra-argumentações baseadas em contradições que muitas vezes sequer existem (“Mas perder estruturas e se tornar mais simples não seria o oposto de evolução?”), o que para os mais desatentos podem dar a ilusão de abalar uma teoria ou afirmação. Aos já familiarizados, contudo, de nada funcionam.
- Da mesma maneira, o verdadeiro debate parece confinado aos dois últimos andares da pirâmide (o sexto e o sétimo). De fato, refutar o ponto central ou mesmo trechos de uma teoria científica ou afirmação baseada nelas requer conhecimento e objetividade. Mesmo porque, quem faz ciência sabe: nem sempre isso é possível. E aí chegamos às tais variáveis mencionadas anteriormente.
Apesar de essencial,
não é apenas o conhecimento sobre determinado assunto que determina
se uma refutação será possível ou não. Dentre outros fatores
importantes encontra-se a contingência histórica (vide meu texto Os Moluscos de Leonardo da Vinci). Mas talvez o mais
importante seja perguntar-se se aquilo que está em debate (como por
exemplo uma teoria científica) PODE ser refutado. Teorias
científicas não teem a obrigação de serem a palavra final sobre
um assunto e é muito bem vindo que todas elas sejam discutidas (vide
meu texto Ciência e Trabalho Cientifico). Mas a verdade é que
muitas delas seguem inabaláveis, como a Teoria Geral da Relatividade
e a Teoria da Evolução. No caso especial dessa última, tivemos
apenas refutações de pontos específicos (“trechos”), mas nunca
da sua idéia central (os seres vivos evoluem). E cada nova
descoberta da biologia apenas confirma as conclusões de Darwin e
Wallace. Ocorre que algumas teorias encontram-se tão bem embasadas
que refutar o seu ponto central torna-se praticamente impossível. E
então a única saída é tentar elaborar uma teoria nova, capaz de
desbancar a que está em voga – e como ocorre em todas as
profissões, há cientistas de egos mais inflados disposto a isso.
Obviamente, para os
pseudocientistas e fanáticos religiosos é muito mais fácil tentar
desacreditar uma teoria científica que criar uma teoria nova que
possa substituí-la. Para o azar deles, contudo, a ciência não é
mantida pela fé, mas por fatos e evidencias. E fatos só podem ser
refutados por meio de outros fatos. E estudar dá trabalho.
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domingo, março 18, 2012
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