PEGADAS DE UM DINOSSAURO DO SÉCULO XXI
terça-feira, setembro 03, 2013
Postado por
Átila Oliveira
às
15:53
0
comentários


Enviar por e-mailPostar no blog!Compartilhar no XCompartilhar no FacebookCompartilhar com o Pinterest
Etiquetado como
Astrobiologia,
Ciência,
Evolução Biológica,
História da Ciência,
Paleontologia,
Zoologia
quinta-feira, junho 20, 2013
SOBRE JACARÉS, CROCODILOS E GAVIAIS
A taxonomia (área da
biologia que trata da classificação dos seres vivos) divide as
espécies atuais da classe répteis (Reptilia) em quatro
grupos principais ou ordens: quelônios (tartarugas, jabutis e
cágados), esquamatos (lagartos e serpentes), crocodilianos
(crocodilos, jacarés e gaviais) e rincocéfalos (hoje representados
apenas pelo tuatara da Nova Zelândia). Ao incluirmos as espécies
pré-históricas, os répteis somam nada menos que 21 ordens,
evidenciando que o grupo já foi muito mais diversificado. Os
dinossauros, pterossauros e répteis marinhos (principalmente os
ictiossauros e plesiossauros) são os seus representantes fósseis
mais famosos.
Os crocodilianos sempre
estiveram entre os que mais atraem a atenção do ser humano, num
misto de fascínio e temor. Esses predadores habitam as regiões
tropicais e subtropicais, vivendo geralmente em rios, lagos e
pântanos; sendo que algumas espécies também ocorrem em marinas,
manguezais e até braços de mar. Possuem os maiores e mais complexos
cérebros entre os répteis atuais e são os únicos cujo coração é
completamente dividido em quatro cavidades (duas aurículas e dois
ventrículos), à semelhança dos mamíferos e as aves – embora
diferente desses, a separação entre o sangue venoso e o sangue
arterial durante a circulação ainda não seja completa. São também
os únicos que cuidam dos seus filhotes – há espécies de
serpentes píton que cuidam apenas dos ovos, abandonando-os logo após
a eclosão. Apesar de toda a fama que os precede, nota-se grande
confusão por parte do grande público quando se trata de diferenciar
os representantes dessa ordem. Entre os equívocos mais comuns
figuram a afirmação de que crocodilos e jacarés são a mesma coisa
ou que a diferença entre eles estaria no tamanho (crocodilos seriam
maiores). Conforme explicarei a seguir, os critérios para defini-los
como tais são outros.
Lembrando o que
mencionei nos meus posts “O Que é um Dinossauro?” e “Divididospor um Osso”, dinossauros (superordem Deinosauria),
crocodilianos (Crocodylomorpha), pterossauros (Pterosauria)
e tecodontes (Thecodontia) formam o grande grupo denominado
arcossauros (Archosauria). Os primeiros crocodilianos surgiram
no período Triássico, pouco antes dos primeiros dinossauros, (há
235 milhões de anos), a partir dos tecodontes – evidências
fósseis e anatômicas indicam que os tecodontes seriam os ancestrais
dos demais arcossauros. Mas os tipos atuais (subordem Eusuchia)
só apareceriam no período Cretáceo (há cerca de 85 milhões de
anos). Diferentes das espécies modernas, os primeiros crocodilianos
eram animais completamente terrestres. Ao longo do período Jurássico
desenvolveram diferentes adaptações, desde tipos de hábito anfíbio
como os atuais até espécies totalmente adaptadas à vida marinha.
Aos interessados em maiores detalhes a respeito da evolução e
taxonomia desses animais indico os seguintes links, do excelente site
Palaeos.
Mas quais seriam afinal
as diferenças entre um crocodilo e um jacaré? Primeiramente, cabe
esclarecer que o tamanho não é um critério seguro para esse fim.
Como veremos, há espécies de crocodilos menores que a maioria dos
jacarés. Os crocodilianos atuais são divididos em três tipos
diferentes (ou três famílias, taxonomicamente falando), num total
de 25 espécies.
Crocodilo
de água salgada (Crocodylus porosus).
Os crocodilos (família
Crocodylidae) constituem a maioria das espécies: três nas
Américas e as demais espalhadas pela África, Índia, Sudeste
Asiático e norte da Oceania. A palavra deriva do grego krokodeilos
(kroké = pedra, drilos = verme), inspirado pela visão
desses animais tomando sol sobre rochas e bancos de areia. O tamanho
varia de menos de 2m até 8,5m de comprimento – o crocodilo de água
salgada ou crocodilo de estuário, atualmente o maior réptil do
mundo.
Jacaré
de papo amarelo (Caiman latirostris).
A denominação
brasileira jacaré (do tupi iakaré) e a
norte-americana aligator (provável corrupção fonética para
o inglês de el lagarto, termo um tanto respeitoso por parte
dos primeiros colonizadores espanhóis) são usadas para o mesmo tipo
de animal (família Alligatoridae), que na maior parte do
mundo é conhecido como caiman e como caimão em alguns
países de língua portuguesa. São seis espécies na América do
Sul, uma no sudeste dos Estados Unidos (a única a viver num clima um
pouco mais frio), e uma na China. Alguns mal chegam a um metro de
comprimento, mas o aligator americano (Alligator mississipiensis)
e o jacaré Açu (Melanosuchus niger) são os gigantes da
família, podendo chegar a 6m. A maioria mede entre 2m e 2,5m. Com
exceção das duas espécies maiores, movem-se em terra firme com
maior desenvoltura que os outros crocodilianos e os menores até
escalam troncos caídos.
Gavial
do Ganges (Gavialis gangeticus) macho.
Muita gente desconhece
o terceiro tipo (família Gavialidae), representado por uma
única espécie (alguns autores atualmente preferem incluir uma
segunda espécie, que comentarei a seguir): o gavial do Ganges, que
apesar dos assustadores 7m de comprimento é inofensivo para seres
humanos. Esse animal é facilmente reconhecido pelas mandíbulas
muito longas e estreitas, uma especialização para capturar peixes.
Ocorre na bacia hidrográfica do rio Ganges, na Índia, onde é
considerado sagrado pelo povo hindu. Gavial é a latinização do
nome gharial, inspirado pela protuberância que os machos
apresentam na região das narinas (possível chamariz sexual), que
lembraria uma ghara, tipo de tigela indiana.
Seguem as principais
diferenças entre essas três famílias. Propositalmente exclui
aquelas mais específicas, concentrando-me nas que seriam facilmente
observáveis por qualquer pessoa, uma vez que dizem respeito à
estrutura do crânio e dentição.
Diferenças
anatômicas (crânio e dentição) entre crocodilos, jacarés e
gaviais (de crocodilians.com).
Crocodilos (família
Crocodylidae):
- Cabeça em formato triangular.
- Dentes de tamanhos variados, visíveis tanto na mandíbula superior quanto na mandíbula inferior quando o animal está de boca fechada, lembrando um sorriso.
- Narinas muito próximas.
Jacarés (família
Alligatoridae):
- Cabeça mais curta e mandíbulas mais arredondadas em comparação com os crocodilos.
- Dentes de tamanhos variados, sendo que os grandes dentes da mandíbula inferior se encaixam sob cavidades da mandíbula superior quando o animal fecha a boca, deixando apenas os dentes superiores visíveis.
- Narinas mais afastadas.
Gavial (família
Gavialidae):
- Caixa craniana mais curta em comparação com os demais crocodilianos; mandíbulas extremamente longas e estreitas.
- Cerca de cem dentes de tamanho uniforme, quase todos visíveis quando o animal fecha a boca.
- Narinas muito próximas e muito elevadas, dando à parte anterior das mandíbulas um aspecto arredondado e formando uma protuberância, mais acentuada nos machos.
A estrutura da
mandíbula, bem como o tamanho e a disposição dos dentes estão
diretamente ligados ao tipo de presa. Quase todos os crocodilianos
são predadores generalistas e oportunistas, caçando praticamente
qualquer animal que tenham força para abater e não dispensando nem
carniça. Mandíbulas largas com dentes de tamanhos diferentes
indicam variedade no tamanho e forma das presas. As mais comuns são
peixes, insetos, crustáceos, anfíbios, além de répteis, aves e
mamíferos de pequeno porte (incluindo crocodilianos menores). As
espécies maiores acrescentam à sua dieta tartarugas e também
mamíferos e aves de maior tamanho. Animais terrestres que se
aproximam para beber são arrastados para a água e afogados. Como a
morfologia das mandíbulas torna esses répteis incapazes de
mastigar, as presas pequenas são geralmente engolidas inteiras,
enquanto as maiores são despedaçadas com vigorosos movimentos de
cabeça e giros de corpo. Os músculos que abrem a boca são fracos
(a ponto de um homem poder mantê-la fechada apenas usando ambas as
mãos), mas os que a fecham são incrivelmente fortes, com um impacto
de até 15 toneladas nas espécies maiores (ERICKSON; LAPPIN; VLIET,
2004) - mais que suficiente para impedir a fuga da presa ou decepar
um membro. A grande exceção é o gavial do Ganges, especializado na
captura de peixes e apenas ocasionalmente alimentando-se de restos de
animais mortos, anfíbios e pequenas aves aquáticas. Há ainda duas
espécies de crocodilo, conhecidas como “falsos gaviais”, que
apresentam um focinho mais estreito e dentes com menor diferença de
tamanho em comparação aos outros membros da família. Tal anatomia
denota uma preferência por peixes, além da incapacidade de capturar
animais maiores, o que os torna um tanto próximos nos hábitos
alimentares ao gavial do Ganges, ainda que com uma diversidade um
pouco maior de presas. Adaptação semelhante é encontrada nos
dinossauros da família Spinosauridae (Spinosaurus,
Angaturama, Baryonix). Tudo indica que esses animais
eram predadores ativos, mas suas mandíbulas estreitas constituem
evidência de uma dieta especializada em presas menores. Restos de
peixe, incluindo escamas e dentes, foram encontrados na cavidade
estomacal de um fóssil de Baryonix - alguns paleontólogos
sustentam que essa espécie também seria carniceira. Embora grandes
e fortes, os Spinossaurídeos provavelmente não seriam capazes de
abater as enormes presas de outros dinossauros caçadores gigantes de
mordida mais devastadora, como o Allosaurus ou o Tyrannosaurus
rex (veja meu post “Predador ou Carniceiro?” para maiores
informações sobre a morfologia e possíveis hábitos alimentares do
T. rex).
Gavial/falso
gavial da Malásia (Tomistoma schlegelii).
Recentemente a análise
filogenética do falso gavial da Malásia revelou uma maior
semelhança e, consequentemente, um maior parentesco dessa espécie
com o gavial do Ganges (WILLIS et al., 2007). Ainda que sua
morfologia a aproxime dos crocodilos (PIRAS et al., 2010), alguns
taxonomistas, priorizando as afinidades moleculares, passaram desde
então a considerá-la como um gavial verdadeiro. Alcançando
facilmente os 6m, também não oferece perigo ao homem.
O habito de caçador
oportunista, que “não escolhe” as suas presas, acaba sendo o
grande responsável pelo fato de alguns crocodilianos serem os únicos
predadores que caçam efetivamente seres humanos. Leões, tigres,
onças, hienas, ursos pardos e polares podem atacar pessoas quando
escasseiam as suas presas habituais ou quando ficam impedidos de
fazê-lo por um ferimento, doença ou velhice. Ocorre que esses
crocodilianos não possuem o que se poderia chamar de presas
habituais. Para eles, humanos são presas como qualquer outra. Há
vários episódios documentados pelo mundo, de pessoas devoradas a
amputações, perfazendo uma média de dois milhões de ataques por ano. O maior número de relatos de ataques vem da África,
Sudeste Asiático e Austrália, tendo como principais vítimas, além
dos povos nativos desses locais, os turistas japoneses – conhecidos
por sua imprudência, aproximando-se demais e sem a mínima segurança
por uma boa foto ou filmagem. Para aqueles de curiosidade mais
mórbida, há vários flagrantes em vídeo disponíveis na internet
de turistas nipônicos descuidados que viraram comida de ursos
kodiak, crocodilos de água salgada ou grupos de leões – e é
sempre bom avisar: são cenas muito fortes, totalmente
desaconselháveis para cardíacos e os mais impressionáveis. O
aligator americano também já fez vítimas humanas, assim como o
crocodilo americano (C. acutus) com sua ampla distribuição
geográfica, do sul da Flórida ao Equador. Na Amazônia registram-se
ataques do jacaré Açu, enquanto na Venezuela e na Colômbia há
dois ou três relatos envolvendo o crocodilo de Orinoco (C.
intermedius), cujo comprimento pode chegar a 7m.
A maioria das espécies
de crocodilianos ainda corre sério risco de extinção. Muitas ainda
são caçadas pelo valor comercial da sua pele, mesmo depois da
criação de fazendas de jacarés e crocodilos pelo mundo. As maiores
são alvos frequentes da caça esportiva. Mas o maior inimigo desses
animais é mesmo a degradação dos seus habitats. Alguns como o
gavial do Ganges, vivem em locais onde o desmatamento e a poluição
atingiram níveis alarmantes. Outros como o crocodilo de Orinoco e o
aligátor americano estão confinados a áreas extremamente pequenas.
Faz parte dos deveres daqueles que lidam com o ensino de ciências e
a educação ambiental o esclarecimento aos demais que esses
magníficos répteis, que estão aqui há muito mais tempo que nós,
têm seu lugar na natureza. Você não precisa querer abraçar um
crocodilo ou nadar ao seu lado. Mas ele tem o mesmo direito à Terra
que você. E por isso merece o mínimo respeito.
Postado por
Átila Oliveira
às
18:00
2
comentários


Enviar por e-mailPostar no blog!Compartilhar no XCompartilhar no FacebookCompartilhar com o Pinterest
Etiquetado como
Ciência,
Evolução Biológica,
Paleontologia,
Zoologia
terça-feira, junho 11, 2013
-->
Em complemento aos meus
antigos posts Ciência e Trabalho Científico e Os Métodos Científicos, segue um esquema resumido e bastante didático (esboço)
do método científico, disponível na web. Notem que antes de mais
nada, para proceder uma análise científica de uma situação, os
fatos precisam ser verificáveis – uma das características
fundamentais que diferenciam a verdadeira ciência da pseudociência.
A observação efetuada deve ser sistemática (obedecendo a
uma metodologia) e controlada. Como consequência, as
hipóteses decorrentes do método tornam-se testáveis e
falseáveis por qualquer cientista que se dispuser a fazê-lo.
Consultem os textos citados para informações mais detalhadas.
Postado por
Átila Oliveira
às
13:18
0
comentários


Enviar por e-mailPostar no blog!Compartilhar no XCompartilhar no FacebookCompartilhar com o Pinterest
sábado, dezembro 15, 2012
MAIS SOBRE VIDA EXTRATERRESTRE
Como complemento aos meus posts anteriores referentes à possibilidade de vida extraterrestre, segue um excelente texto do engenheiro químico e consultor empresarial Francisco Quiumento, onde o mesmo inclui como fatores a serem considerados o nível civilizatório e a escala econômica de uma cultura:
http://francisco-scientiaestpotentia.blogspot.com.br/2012/12/aliens-ou-vida-extraterrestre-iii.html
Boa leitura.
http://francisco-scientiaestpotentia.blogspot.com.br/2012/12/aliens-ou-vida-extraterrestre-iii.html
Boa leitura.
Postado por
Átila Oliveira
às
20:38
0
comentários


Enviar por e-mailPostar no blog!Compartilhar no XCompartilhar no FacebookCompartilhar com o Pinterest
Etiquetado como
Astrobiologia,
Ciência,
História da Ciência
sexta-feira, dezembro 07, 2012
Postado por
Átila Oliveira
às
14:49
0
comentários


Enviar por e-mailPostar no blog!Compartilhar no XCompartilhar no FacebookCompartilhar com o Pinterest
Etiquetado como
Ciência,
História da Ciência
terça-feira, dezembro 04, 2012
AS MUDANÇAS NA EQUAÇÃO DE DRAKE
Frank Drake e sua equação (foto: divulgação).
Na minha palestra “Vida na Terra e Vida Extraterrestre”, cujo resumo pode ser conferido
neste blog (e lembrando que todos os leitores são livres para
divulgá-lo e mesmo imprimi-lo, desde que mantidos os devidos
créditos), mencionei a famosa equação do Professor Emérito de
Astronomia e Astrofísica pela Universidade da Califórnia e grande
amigo de Carl Sagan (1935-1996), Dr. Frank Donald Drake. Essa equação
visa estimar a quantidade de civilizações extraterrestres cujo
nível tecnológico permitiria a emissão de sinais de rádio a nível
galáctico e, consequentemente, um possível contato com o planeta
Terra. Como complemento ao material supracitado e principalmente para
maiores esclarecimentos, tomei a decisão de apresentá-la, incluindo
as mudanças que ocorreram na mesma desde quando foi elaborada, em
1961.
A Equação de Drake,
como ficou conhecida, se popularizou por meio da série de TV e do
livro “Cosmos” (1980) de Sagan, além de ter sido divulgada em
numerosos outros livros sobre Astronomia, bem como de pseudociência,
como “Eram os Deuses Astronautas?” (1968) de Erich Von
Däniken, em revistas de ufologia etc. Apesar de figurar em algumas
publicações de credibilidade duvidosa (que via de regra, distorcem
tendenciosamente os seus resultados, como veremos a seguir), a
equação é séria, bem fundamentada e, diga-se de passagem,
extremamente simples:
Onde as
estimativas originais de Drake foram as seguintes:
R* = número de estrelas da Via Láctea. Estimativa:
200 bilhões.
fp = fração estimada de estrelas com planetas
orbitando ao redor (0,5).
ne = fração estimada de planetas em um dado sistema,
ecologicamente adequados para o desenvolvimento de vida (entre 0,1 e
1,0).
fl = fração estimada de planetas onde a vida se
desenvolveu (entre 0,1 e 1,0).
fi = fração estimada de planetas onde se desenvolveu
vida inteligente – consciência, raciocínio e cultura. (1,0).
fc = fração estimada de planetas habitados por vida
inteligente onde se desenvolveu uma civilização capaz de se
comunicar (0,1 a 0,9).
L= fração estimada de tempo em que essa civilização
enviou sinais (0,000001).
N= número estimado de civilizações tecnicamente
avançadas na Via Láctea (100 mil).
Pseudocientistas e
charlatões dos mais diversos tipos adoram distorcer esse valor
final, indo de resultados que vão de 200 mil até a casa dos
milhões. Justamente pela sua simplicidade, a Equação de Drake
possui variáveis que permitem uma gama considerável de resultados.
Isso porque Drake estava preparado para possíveis descobertas
científicas que pudessem alterar o resultado inicialmente obtido. De
fato, ele nunca afirmou que esse número era definitivo. Na verdade,
nenhum cientista realmente ético faria algo semelhante numa situação
dessas. E é de conhecimento geral como pessoas de má fé utilizam
brechas em coisas que vão de legislações a teorias científicas
para criar seus embustes. Entretanto, muitos pesquisadores,
especialmente da área das ciências biológicas, observam que ele
foi por demais otimista nas suas conclusões. Na verdade, ele
realmente cometeu um equívoco muito comum por parte daqueles que não
estão familiarizados com a evolução biológica.
Antes, porém,
comentarei outras alterações feitas na equação ao longo dessas cinco décadas. Duas delas são particularmente interessantes,
apesar de interferirem pouco no resultado estipulado por Drake. O astrofísico norte-americano Michael Seeds no
seu livro “Horizons: Exploring the Universe” (1993) relaciona o número
de estrelas atualmente existente na galáxia, N*, com a taxa
de formação de estrelas. Em 2005 Alexander Zaitsev, engenheiro e
astrônomo da Academia Russa de Ciências incluiu as variáveis
nr (“Número de Reaparição”, o número médio de vezes
que uma civilização nova reaparece no mesmo planeta após a
extinção de uma civilização anterior, que teria surgido uma única
vez) e fm (“Fator de Comunicação”, a fração de
civilizações comunicativas que realmente se interessariam por
transmissão interestelar), logo após a variável fc.
Esses fatores provocam uma alteração mínima no resultado final (no
máximo um aumento de 1%), mas especialmente as duas novas variáveis
merecem atenção, uma vez que o ser humano não se comunica
ativamente por sinais de rádio interestelar (com única exceção do
episódio do radiotelescópio de Arecibo, o projeto SETI apenas
recebe sinais, não os envia) e a possível extinção de uma
civilização seguida pela ascensão de outra é um fator a ser
considerado.
A coisa realmente
começou a mudar quando vários astrônomos e astrofísicos
perceberam o risco de colisão ou severa mudança climática causada
por perturbação gravitacional decorrente da aproximação a algum
objeto massivo. Óbvio que a gravidade exercida pela estrela não
permite que um planeta escape da sua órbita e saia vagando por aí.
Ocorre que as estrelas também se movem. As galáxias estão sempre
em movimento. E existe o risco real de uma colisão ou
desestabilizadora aproximação com outra(s) estrela(s), inclusive de
que os planetas que orbitam a estrela em questão colidam com outras
estrelas ou com planetas de outras estrelas, ou sejam bombardeados
por objetos semelhantes à nossa nuvem de Öort ou nosso cinturão de
Kuiper, entre outros fatores que poderiam extinguir a vida num
planeta qualquer. Além disso, não se pode esperar que a órbita do
Sol ou outra estrela localizada nas regiões periféricas da galáxia
sejam estáveis a longo prazo. Esse fator torna o resultado final no
mínimo 100 vezes menor daquele que Drake presumiu.
Mas o fator que altera
definitivamente o resultado da Equação de Drake diz respeito à
evolução da vida na Terra. Drake estipulou que o surgimento de vida
considerada inteligente seria inevitável num planeta onde
simplesmente a vida já existisse (fi = 1,0, ou seja,
100% de chance). Contudo, o atual conhecimento sobre os processos
evolutivos mostra que acreditar nisso seria no mínimo ingênuo. No
último capítulo do seu livro “Vida Maravilhosa” (1989), o
paleontólogo norte-americano Stephen Jay Gould (1941-2002) aponta
que a história da vida na Terra apresentou muitas possibilidades,
das quais poucas sobrevivem nos dias atuais. Ele propõe imaginarmos
essa história como um filme, onde podemos retornar e pausar certas
cenas, observando que pequenas mudanças nelas poderiam fazer toda a
diferença. A hipótese da Terra Rara, que surgiu com o livro de
mesmo nome (Ward & Brownlee, 2000) expõe de maneira bastante
didática porque a vida multicelular seria um fenômeno raro, ainda
que a vida formada por seres unicelulares possa ser relativamente
comum no universo. Conforme explico no material supracitado, a
evolução biológica não possui qualquer direção ou propósito, e
uma pequena mudança durante o processo (extinções em massa, troca
de material genético etc) pode alterar todo o seu curso. Ela é
marcada pelo acaso. Como dito anteriormente, trata-se um equívoco
relativamente comum por parte dos não biólogos. Os críticos podem
argumentar que conhecemos apenas um tipo de vida e que o universo
pode conter vida totalmente diferente daquilo que conhecemos como
vida, inclusive com uma evolução totalmente diferente. Todavia,
isso não muda os fatos. Primeiro porque não temos qualquer
evidência de tais formas de vida. Segundo porque as hipóteses nesse
sentido, como as que lidam com elementos químicos que possam
substituir aqueles que conhecemos como constituintes básicos do
seres vivos (silício no lugar do carbono, arsênio no lugar do
fósforo etc.), mostram que essa suposta vida exótica seria ainda
mais rara. E terceiro que uma provável biosfera diferente de tudo
aquilo que conhecemos como vida será tratada como algo diferente,
talvez até mesmo dando origem a toda uma nova área da ciência para
estudá-la.
O fator do acaso
relacionado à evolução biológica faz com que o resultado final da
Equação de Drake seja um modesto número entre 0 e 10. Alguns
pesquisadores arriscam um valor de apenas duas civilizações
avançadas na nossa galáxia capazes de se comunicar conosco
(resultado = 2,31). Há aqueles que afirmam que sejamos únicos na
Via Láctea. E há ainda os mais otimistas, defendendo a existência
de um número maior de civilizações menos avançadas, com as quais
não poderíamos nos comunicar – um número que poderia chegar a
200. De qualquer maneira, se não estamos sozinhos, nossos vizinhos
mais próximos devem estar a muitos anos-luz de distância.
Bibliografia
recomendada:
DAWKINS, Richard, A
Grande História da Evolução, Companhia das Letras, 2009.
GOULD, Stephen Jay,
Vida Maravilhosa, Companhia das Letras, 1990.
SAGAN, Carl, Cosmos,
Villa Rica,1983.
SEEDS,
Michael A. e BACKMAN, Dana, Horizons:
Exploring the Universe, Brooks Cole,
12º ed., 2012.
WARD, Peter D. e
BROWNLEE, Don, Terra Rara, Campus, 2000
Postado por
Átila Oliveira
às
19:48
0
comentários


Enviar por e-mailPostar no blog!Compartilhar no XCompartilhar no FacebookCompartilhar com o Pinterest
Etiquetado como
Astrobiologia,
Ciência,
Evolução Biológica,
História da Ciência
terça-feira, novembro 27, 2012
MINHAS PALESTRAS NO IV ENCONTRO DE COSMOS
VIDA NA
TERRA E VIDA EXTRATERRESTRE
Dia 01/12, sábado, 17h.
Poucas coisas na Terra são tão fascinantes quanto à diversidade de seres vivos que a povoa. E um dos maiores mistério da ciência é como a vida teria surgido. Embora hoje já se tenha uma ideia de quando a vida terrena começou, ainda não sabemos como esse fenômeno tão singular teve origem. O mistério torna-se ainda maior se pensarmos na vida não apenas no nosso planeta, mas no universo. Seria a vida um fenômeno universal ou localizado? Seria ela a regra no cosmo ou uma grande exceção? É possível que haja vida em outros planetas? Se sim, eles seriam parecidos conosco? Existiria vida em Marte?
Carl Sagan tinha especial interesse na busca por vida extraterrestre e se uniu a especialistas de diversas áreas numa verdadeira caça a evidências nesse sentido, ao mesmo tempo em que repudiava formas não científicas fazê-lo. Tal atitude pioneira é considerada a semente da área de pesquisa científica interdisciplinar hoje conhecida como Astrobiologia.
Nesta palestra será abordado o conceito de vida, a história da vida na Terra, os mecanismos evolutivos, a possibilidade de vida fora da Terra e as pesquisas nessa área. Também serão tratados conceitos errôneos e idéias deturpadas presentes no senso comum referentes à evolução biológica e à possibilidade de vida extraterrestre.
Referências:
- ASIMOV, Isaac, Civilizações Extraterrenas, Nova Fronteira, 1980.
- DAWKINS, Richard, A Grande História da Evolução, Companhia das Letras, 2009.
- GLEISER, Marcelo, Criação Imperfeita, Record, 2010.
- GOULD, Stephen Jay, Darwin e os Grandes Enigmas da Vida, Martins Fontes, 1992.
- GOULD, Stephen Jay, Vida Maravilhosa, Companhia das Letras, 1990.
- SAGAN, Carl, Cosmos, Villa Rica, 1983.
- SAGAN, Carl, O Mundo Assombrado Pelos Demônios, Companhia das Letras, 1995.
- WARD, Peter D. e BROWNLEE, Don, Terra Rara, Campus, 2000.
Na WEB:
MICROORGANISMOS:
UMA VISÃO CÓSMICA
Dia 02/12, domingo, 16h.
Além de serem as mais antigas formas de vida, os seres unicelulares (constituídos por uma única célula) estão literalmente por toda parte: da água que bebemos ao interior de todos os seres multicelulares. Nas palavras do paleontólogo norte-americano Stephen Jay Gould (1941-2002): “As bactérias representam o grande sucesso da história da trajetória da vida. Elas ocupam domínio mais amplo de ambientes e possuem variabilidade bioquímica maior que qualquer outro grupo. São adaptáveis, indestrutíveis e surpreendentemente diversificadas”. Em seu livro “Microcosmos” (2004) Lynn Margulis (1938-2011), microbióloga e ex-esposa de Carl Sagan, defende que esses seres seriam os grandes “condutores” da evolução da vida na Terra. Além disso, alguns dos mais simples desses seres, denominados extremófilos, vivem em locais cujas características físico-químicas seriam letais para qualquer forma de vida mais complexa. Entenda porque esses seres tão pequenos são os verdadeiros senhores do planeta e nunca são ignorados no planejamento das viagens espaciais.
Referências:
- ALTERTHUM, Flávio e TRABULSI, Luiz Rachid, Microbiologia, Atheneu, 2008.
- FUTUYMA, Douglas J., Biologia Evolutiva, Funpec, 2003.
- HORIKOSHI, Koki e GRANT, W. D., Extremophiles – Microbial Life in Extreme Environments, John Wiley, 1998.
- MARGULIS, Lynn e SAGAN, Dorion, Microcosmos – Quatro Bilhões de Anos de Evolução Microbiana, Cultrix, 2004.
- SAGAN, Carl, Cosmos, Villa Rica, 1983.
- UJVARI, Stephan Cunha, História e suas Epidemias – A Convivência do Homem com os Microorganismos, Senac Rio, 2003.
- WARD, Peter D. e BROWNLEE, Don, Terra Rara, Campus, 2000.
Na WEB:
Postado por
Átila Oliveira
às
19:20
0
comentários


Enviar por e-mailPostar no blog!Compartilhar no XCompartilhar no FacebookCompartilhar com o Pinterest
Etiquetado como
Astrobiologia,
Ciência,
Evolução Biológica,
História da Ciência
quarta-feira, novembro 14, 2012
IV EVENTO DE COSMOS
E estamos aí novamente, pelo quarto ano consecutivo. Para aqueles que ainda não conhecem esse evento anual, ele celebra a obra do
astrônomo e pioneiro da divulgação científica junto ao grande
público, Carl Sagan (1934-1996). O encontro conta desde a sua
primeira edição com um ciclo de palestras, apresentações de
vídeos da série Cosmos e exposições.
A série televisiva
Cosmos, criada por Sagan e lançada inicialmente em 1980, chegou ao
Brasil em 1982 e obteve grande sucesso no mundo inteiro. O tema
principal da série era a Ciência e as relações dela com a vida na
Terra e em seus episódios foi possível conhecer um pouco mais sobre
os outros planetas, quasares e questões ecológicas que afetam
diretamente a sobrevivência da raça humana no planeta. O grande
mérito da série foi ter antecipado problemas ambientais que nos
afetam hoje em dia, como o efeito estufa e o aquecimento global.
Carl
Sagan foi um homem sempre a frente de seu tempo, uma pessoa sem medo
de errar e que ensinou gerações adquirirem amor pela ciência e o
planeta Terra.
Local: Escola Municipal de Astrofísica - Av. Pedro Álvares
Cabral, s/n, portão 10 (para pedestres) ou portão 3 para
estacionamento - Parque do Ibirapuera, São Paulo/SP
PROGRAMAÇÃO*
Dia 01/12 (sábado):
13h00 – Bate papo com Danilo Beyruth
Danilo Beyruth é ilustrador e quadrinista
brasileiro, responsável pela quadrinização de O Astronauta
Magnetar.
14h00 – Exploração e Colonização: o
Sistema Solar e Além - A humanidade
sempre explorou, fazendo as mais importantes descobertas que
alteraram profundamente seu modo de vida. A nova fronteira da
exploração é o espaço, e se não possuímos ainda as
fabulosas naves da ficção científica, com nossos robôs e
telescópios temos realizado uma nova era de descobrimentos
que revolucionaram nosso entendimento do universo e de nosso
lugar nele. Nesta palestra são abordadas as histórias dessas
viagens de descobrimento, os meios com que foram realizadas, e o
que está por vir no futuro próximo.
Renato Azevedo
15h00 – Planeta
Terra: a relação entre o ser humano e o ecossistema -
Um dos temas mais discutidos atualmente nas mídias e meios de
comunicação é o meio ambiente, propostas de recuperação e
preservação ambiental, conceitos de sustentabilidade, ideias novas,
grandes e pequenas, para a solução ou pelo menos a mitigação de
problemas ambientais causados pelo próprio ser humano. Mas, tais
propostas são viáveis? Será possível manter o desenvolvimento
tecnológico e o crescimento populacional diminuindo os impactos
causados ao ecossistema? Quanto tempo o planeta resiste? Convidamos a
todos à discussão e reflexão.
Melina Alvarez
16h00 – Planetas Extrasolares - Há
muito a humanidade tem questionado se existiriam planetas fora do
nosso Sistema Solar, se seriam parecidos com a Terra e se neles
poderia haver vida. Com o avanço da tecnologia as descobertas
nesse campo têm crescido a uma velocidade espantosa, e mais de
800 planetas extrasolares já foram descobertos até o momento.
Quais suas características? Como são seus sistemas
planetários? Estão em órbita de estrelas parecidas com nosso
Sol? Poderiam abrigar vida? Tais questões serão
discutidas nesta palestra, bem como as mais recentes descobertas.
Silvia Reis
17h00 – Vida na Terra e Vida
Extraterrestre - Poucas coisas na
Terra são tão fascinantes quanto à diversidade de seres vivos que
a povoa. E um dos maiores mistério da ciência é como a vida teria
surgido. Embora hoje já se tenha uma idéia de quando a vida terrena
começou, ainda não sabemos como esse fenômeno tão singular teve
origem. O mistério torna-se ainda maior se pensarmos na vida não
apenas no nosso planeta, mas no universo. Seria a vida um fenômeno
universal ou localizado? Seria ela a regra no cosmo ou uma
grande exceção? É possível que haja vida em outros planetas? Se
sim, eles seriam parecidos conosco? Existiria vida em Marte?
Átila Oliveira
18h00 – Apocalipse - Quais
as verdadeiras causas de um eventual fim do mundo? Elas não estão
escritas em tábuas de argila, calendários ou em algum documento.
Elas são os atos do dia-a-dia do ser humano. Neste bate papo,
confira o que pode levar a humanidade ao seu verdadeiro fim.
Alan Uemura e Átila Oliveira
Dia 02/12 (domingo):
13h00 – Presente de um Mundo Distante
- Lançada como um bilhete dentro de uma garrafa no imenso oceano
cósmico, a mensagem do disco dourado na Voyager diz muito mais a
respeito do anseio da raça humana em encontrar aqueles que, não
importa o quão avançados (ou não) sejam, poderão ser
considerados seus iguais. Somos todos “poeira das estrelas”,
lançando olhares assombrados e esperançosos para a imensidão do
universo.
Douglas Camillo Reis
14h00 – Clonagem - Pessoas
criadas geneticamente seriam as melhores para a exploração
espacial? Como a ciência e a ficção vêem essa questão?
Grupo Galáctica
15h00 – Vida e Morte das Estrelas - Ao
olharmos para o céu noturno podemos observar as estrelas, que nos
parecem belas, eternas e imutáveis. Mas na verdade o universo
está em constante transformação. As estrelas são todas
iguais? Qual seu tempo de vida? Como nascem e
morrem? Conheça mais sobre esses astros, suas características
como composição química e temperatura, e descubra que somos todos
“poeira de estrelas”.
Silvia Reis
16h00 – Microorganismos: Uma Visão
Cósmica - Além de serem as mais
antigas formas de vida, os seres unicelulares (constituídos por uma
única célula) estão literalmente por toda parte: do ar que
respiramos ao interior de todos os seres multicelulares. Nas
palavras do paleontólogo norte-americano Stephen Jay Gould
(1941-2002): “As bactérias representam o grande sucesso da
história da trajetória da vida. Elas ocupam domínio mais amplo de
ambientes e possuem variabilidade bioquímica maior que qualquer
outro grupo. São adaptáveis, indestrutíveis e surpreendentemente
diversificadas”. Em seu livro “Microcosmos” (2004) a
microbióloga Lynn Margulis (1938-2011), defende que os
microorganismos seriam os grandes “condutores” da evolução
da vida na Terra. Além disso, alguns dos mais simples desses seres,
denominados extremófilos, vivem em locais cujas características
físico-químicas seriam letais para qualquer forma de vida mais
complexa. Entenda porque esses seres tão pequenos são os
verdadeiros senhores do planeta e nunca são ignorados no
planejamento das viagens espaciais.
Átila Oliveira
17h00 – Explorando o Sistema Solar e Além:
Viagens Espaciais Tripuladas -
O ser humano sempre teve o impulso inato de explorar, e graças a
isso saímos das cavernas, realizamos as grandes navegações e
descobrimentos, e já começamos a explorar nosso sistema
solar. Seguindo o "pequeno passo" de Neil Armstrong, o
primeiro homem a pisar na Lua na missão Apollo 11, será apresentado
um histórico das principais missões espaciais já realizadas, além
de projeções para o futuro.
Renato Azevedo
18h00 – Fator Humano na Exploração
Espacial - O que seria necessário
para o homem viajar pelo espaço? As grandes ameaças a uma missão
espacial afetariam o bem-estar mental da tripulação e a forma como
o astronauta irá interagir uns com os outros.
Alan Uemura
PALESTRANTES
Alan Uemura: Jornalista e editor do site Aumanack – Diversãosem Limites.
Átila Oliveira: Biólogo e educador; mantém o blog Pegadas de Um Dinossauro do Século XXI.
Douglas Camillo Reis: Escritor e astrônomo amador.
Átila Oliveira: Biólogo e educador; mantém o blog Pegadas de Um Dinossauro do Século XXI.
Douglas Camillo Reis: Escritor e astrônomo amador.
Melina Alvarez:
Bióloga atuante na área de ecologia e meio ambiente.
Renato Azevedo: Escritor e engenheiro eletrônico.
Silvia Reis: Astrônoma amadora, psicopedagoga e autora de 10 livros na área da educação.
Renato Azevedo: Escritor e engenheiro eletrônico.
Silvia Reis: Astrônoma amadora, psicopedagoga e autora de 10 livros na área da educação.
(*) Programação
sujeita à alterações.
Organização:
Aumanack e Cosmos Legacy.
Postado por
Átila Oliveira
às
16:45
0
comentários


Enviar por e-mailPostar no blog!Compartilhar no XCompartilhar no FacebookCompartilhar com o Pinterest
Etiquetado como
Astrobiologia,
Ciência,
Evolução Biológica,
História da Ciência
segunda-feira, setembro 03, 2012
Postado por
Átila Oliveira
às
19:22
0
comentários


Enviar por e-mailPostar no blog!Compartilhar no XCompartilhar no FacebookCompartilhar com o Pinterest
Etiquetado como
Ciência,
Evolução Biológica,
Humor,
Zoologia
DIA DO BIÓLOGO
Biologia, mais que uma ciência. Mais que uma profissão; um estilo de vida.
Parabéns a todos nós pelo nosso dia.
Parabéns a todos nós pelo nosso dia.
Postado por
Átila Oliveira
às
19:15
0
comentários


Enviar por e-mailPostar no blog!Compartilhar no XCompartilhar no FacebookCompartilhar com o Pinterest
Etiquetado como
Ciência,
Evolução Biológica,
Zoologia
Assinar:
Postagens (Atom)