quarta-feira, outubro 20, 2010

CARNIVORISMO E VEGETARIANISMO NA ESPÉCIE HUMANA

Baseado em material originalmente publicado pelo autor em 2007.



Caçadores Massai na Tanzânia.


O vegetarianismo sempre fora defendido por uma parcela da humanidade. Um acentuado crescimento no número de adeptos dessa opção alimentar, bem como o aparecimento pela primeira vez de uma campanha organizada a favor da mesma deu-se durante a onda do "paz e amor" dos anos 1960. Percebe-se hoje um novo crescimento do número de pessoas seguidoras de uma alimentação vegetariana. As razões são as mais diversas. Alguns defendem uma dieta de vegetais por questões de saúde ou apenas para evitar os efeitos colaterais oriundos do consumo de carne. Outros optaram por apenas não ingerir carne vermelha, mais rica em gordura. Outros ainda, conhecidos como ovolactovegetarianos ou ainda pejorativamente como “pseudovegetarianos”, resumem sua nutrição de origem animal a ovos, leite e, em alguns casos, também peixes. Há quem defenda o boicote total ao consumo de carne pelo fato de boa parte das áreas desmatadas do planeta ser destinada à pecuária, configurando assim uma forma alternativa de militância ecológica. Há aqueles que não ingerem carne (qualquer uma ou apenas de um determinado tipo) por motivos de origem religiosa. E há ainda os chamados vegans, que são totalmente vegetarianos, abolindo da sua alimentação qualquer produto de origem animal, incluindo leite, queijo e ovos.
Algo que vem chamando a atenção nestes últimos anos, contudo, é o crescimento daquela parcela mais radical de vegetarianos. Em sua maioria constituída por adeptos de um autêntico fanatismo vegan, que adotaram como bíblia o propositalmente chocante Libertação Animal (2004, com nova edição recém lançada no Brasil) do filósofo australiano Peter Singer, e tendo como uma de suas maiores representantes a organização não governamental P.E.T.A. (
People for the Ethical Treatment of Animals), estes indivíduos defendem, entre outras idéias, que o ser humano deveria parar de ingerir carne por ser um animal naturalmente herbívoro. Na ânsia de defender os animais, misturam conceitos e situações, fazendo uso de tais argumentos para condenar quaisquer tipos de execução animal, inclusive as destinadas à alimentação. Como não poderia deixar de ser, também são contrários a todo tipo de trabalho científico envolvendo animais. Tal militância anencéfala e fundamentalista eu deixarei para comentar num texto futuro, para não fugir do assunto deste.
Mas seria isso verdade? Seria o Homo sapiens um animal realmente herbívoro? E mesmo que não o fosse, poderíamos viver sem nos alimentarmos de carne, tendo uma dieta exclusivamente vegetariana?
Para respondermos a estas e outras questões pertinentes precisamos, primeiramente, olhar para a natureza. E este é um daqueles casos em que a teoria da evolução das espécies ajuda a esclarecer alguns pontos, como via de regra ocorre nas ciências biológicas.
Um dos principais argumentos dos defensores de um total vegetarianismo humano é o de que, anatomicamente, seriamos muito mais parecidos com um mamífero herbívoro como uma vaca, que com um carnívoro como um cão. Nosso intestino é longo, ao contrário do intestino curto dos mamíferos carnívoros; que é adaptado para uma digestão rápida de proteína animal. Possuímos glândulas salivares bem desenvolvidas, ao contrário dos carnívoros. E apresentamos glândulas sudoríparas, por onde transpiramos; enquanto os carnívoros transpiram pela boca. Esta postura, além de extremamente simplista e tendenciosa, é totalmente reducionista, pois tende a enxergar os mamíferos como sendo exclusivamente carnívoros ou herbívoros. Acaba esquecendo-se (ou ignorando propositalmente) aquelas espécies que ingerem tanto matéria de origem animal quanto vegetal: os onívoros. Ursos, porcos, gambás, ratos, guaxinins, tatus e a maior parte dos macacos são animais onívoros. Só isso já bastaria para derrubar o argumento frágil do "ou se come carne ou se come vegetais".
E só para adicionar mais um ponto polêmico à questão: os suóídes (porcos e seus parentes, representados atualmente pelas famílias
Suidae e Tayassuidae) são animais onívoros, dotados de um longo trato digestório e totalmente desprovidos das tão citadas glândulas sudoríparas; motivo pelo qual tomam banhos freqüentes de lama para refrescar seus corpos. Isso mostra que os militantes da causa "carnívoros X herbívoros" não precisam ir a nenhuma floresta tropical ou savana africana para ver suas "justificativas" derrubadas. Basta olharem para os porcos. Algumas espécies como o javali (Sus scrofa) euro-asiático e o queixada (Tayassu pecari) sul-americano podem ter entre 5 a 7% da sua dieta composta de matéria de origem animal. O mesmo vale para o chimpanzé (Pan troglodytes), nosso parente vivo mais próximo, onde alguns grupos possuem indivíduos especializados em caçar pequenos mamíferos, especialmente roedores e macacos menores. O babuíno dourado (Papio cinocephalus) apresenta até 12% da sua dieta composta por proteína animal. Seus longos e assustadores caninos, aliados aos dedos fortes, se tornam armas mortais na caça de aves e pequenos mamíferos (incluindo pequenos macacos e filhotes de gazela). Mas os mais carnívoros dos primatas formam uma família que surpreenderia muita gente:  Callitrichinae , os pequenos conhecidos como saguis ou micos (na qual estão incluídos também os micos-leões), nativos da América do Sul. Esses animais tem cerca de 50% da sua ieta baseada em proteína animal (geralmente insetos, ovos, e pequenos pássaros).
Outro tópico importante para elucidar este assunto está relacionado ao que a ciência descobriu até hoje sobre a evolução humana. Para abordá-lo, vamos voltar no tempo até cerca de quatro milhões de anos. Nesta época caminhavam pelas savanas e florestas da África os mais antigos ancestrais do Homo sapiens. Totalmente bípedes, receberam a denominação de Australopithecus e se dividiam em várias espécies. Ao contrário do que mostra o senso comum, onde uma espécie de hominídeo daria origem a uma nova, extinguindo-se logo em seguida, as primeiras espécies da nossa família eram relativamente numerosas e algumas sobreviveram por um longo tempo, chegando a conviver com os primeiros humanos propriamente ditos (gênero Homo). Uma idéia de como deve ter sido tal convívio pode ser vista no início do filme A Guerra do Fogo (1981), um dos raros retratos cinematográficos cientificamente honestos da pré-história humana. A origem do bipedalismo na família dos hominídeos ainda é objeto de muita discussão entre os paleoantropólogos. Existem nada menos que cerca de 60 modelos diferentes que tentam explicá-la. Três ou quatro deles gozam de maior fama no meio acadêmico, mas nenhum se sobressai do ponto de vista teórico, já que todos apresentam problemas semelhantes no que diz respeito a lacunas e número reduzido de evidências. Independente disso é sabido que essa postura favoreceu a mudança da vagina da fêmea para uma posição mais ventral, terminado por estreitar o canal vaginal, o que poderia esmagar o filhote durante o parto. A solução encontrada pela evolução foi dar a luz a bebês menos desenvolvidos, inclusive com um cérebro muito menor em comparação ao dos outros primatas recém-nascidos. No entanto, um cérebro prematuro tem maiores chances de alcançar um tamanho maior, bem como uma maior complexidade ao desenvolver-se (veja meu texto Coração de Criança, de 12 de outubro). Pesquisadores como os norte-americanos Willian R. Leonard da Northwestern University, Dean Falk da State University of New York e o brasileiro Walter Neves da Universidade de São Paulo (de quem este que vos escreve teve o privilégio de ser aluno) defendem que o bipedalismo também possibilitou outro passo importante no aumento do volume cerebral. Segundo estes cientistas, a postura bípede permitiu o resfriamento do sangue craniano, diminuindo a pressão sobre o encéfalo. Este fator, aliado a neotenia (ver Coração de Criança), fizeram o cérebro hominídeo crescer. Pra se ter uma idéia, o cérebro humano possui em média 1.500 cm cúbicos, em comparação aos 500 cm cúbicos da maioria dos australopitecos e do chimpanzé moderno.
O que pouca gente sabe é que um cérebro tão grande consome muita energia. Um humano adulto tem cerca de 20 a 25% das suas necessidades energéticas provindas do cérebro, comparando com os 8 a 10 % dos antropóides (grandes macacos como o chimpanzé e o gorila) e os 3 a 5% dos outros mamíferos. Essa energia é medida em kilo-calorias (Kcal). A média do consumo energético do cérebro humano equivale à cerca de 2.000 Kcal diárias. Estudos em nutrição já deixaram bem claro que os alimentos de origem animal não apresentam todos os nutrientes necessários para suprir as necessidades do organismo humano. Por esse motivo a espécie não é completamente carnívora. No entanto, o alimento de origem animal (especialmente a carne) é mais rico em proteína e algumas vitaminas que qualquer matéria de origem vegetal, por conseqüência disso apresentando maior teor calórico (Kcal), ou seja, maior valor energético. Por exemplo, 100g de carne geram mais de 200Kcal, enquanto a mesma quantidade de frutas gera entre 50 a 100 Kcal, e a mesma quantidade de vegetais folhosos apenas entre 10 e 20 Kcal. Logo, os mais capazes dentre nossos ancestrais sobreviveram porque conseguiram manter um cérebro tão grande e dispendioso, consumindo alimentos mais calóricos. Este alimento só estava disponível em quantidade suficiente e que pudesse ser ingerido em tão pouco tempo na proteína animal. Não obstante, o cérebro mais calórico podia aumentar ainda mais as superfícies neurotransmissoras, como a do córtex. Ou seja, o consumo de carne foi, ao lado do bipedalismo, essencial para a evolução humana.
Algumas espécies de australopiteco mantiveram uma alimentação principalmente vegetariana, o que pode ser percebido pelo crânio e dentição das mesmas. Grandes molares e músculos mastigadores possantes mostram que espécies como o
A. boisei ingeriam principalmente frutas e vegetais fibrosos. Já os molares menores e a mordida mais fraca denotam que espécies como o A. afarensis (um dos nossos ancestrais diretos mais antigos) mantinham uma dieta que combinava frutas com proteína animal. Estes últimos sobreviveriam às intempéries do tempo e do ambiente (a savana africana nunca foi dos biomas mais ricos em vegetação comestível), enquanto os mais vegetarianos acabariam por se extinguir, sem deixar qualquer tipo de descendência.
Aproveito para incluir aqui uma observação. Defensores do vegetarianismo adeptos de determinadas formas de fé argumentam que o aumento da massa encefálica e, por vezes (pasmem!), até a alteração da estrutura craniana na família dos hominídeos se deve na verdade ao consumo ritual de determinados tipos de planta. Sem entrar no mérito de que os “autores consagrados” de tais afirmações não são necessariamente especialistas em fisiologia ou neuroanatomia, as mesmas constituem nada mais que uma tentativa desesperada de encontrar justificativas materiais para algo em que se quer acreditar. Primeiramente, muitas dessas plantas não são ingeridas, mas sim fumadas ou mascadas, o que por si só já invalida tal possibilidade. E mesmo aquelas que são ingeridas (geralmente sob a forma de chá), jamais seriam capazes de tal alteração, pois como já vimos, seu valor calórico é muito baixo. Em segundo lugar, sabe-se que o consumo de plantas rituais é coisa recente na história dos hominídeos, justamente por estar diretamente ligado às expressões de fé, desconhecidas antes do Homo heidelbergensis (cujos fósseis mais antigos datam de 300.000 anos). E por último, mas não menos importante, é sempre bom lembrar que nenhuma substância conhecida na natureza pode, se ingerida, alterar a anatomia dos ossos do crânio ou de qualquer outro osso. Esta é realmente uma idéia digna dos contos fantásticos mais bizarros. Em suma, tal argumento trata-se apenas de mais uma maneira de se depreciar o consumo de proteína animal.
Uma característica da espécie humana que sobrevive atualmente e que constitui uma prova não apenas de que a mesma pode ingerir carne, como também que teve neste alimento um fator essencial para o seu próprio surgimento; é a facilidade com que o nosso corpo retém gordura. E boa parte dela está depositada sob a pele E assim como no caso dos porcos, não precisamos ir muito longe para se notar tal característica fisiológica. Todo aquele que já ganhou um peso extra, sabe como é difícil perdê-lo, ao mesmo tempo em que é relativamente fácil obtê-lo. Nossos ancestrais não tinham hoje a mesma facilidade que temos para obter proteína animal para sua alimentação. Portanto, qualquer carne ingerida pelo organismo tinha parte das calorias retidas para um provável período de escassez. Mantemos ainda hoje esta característica. A diferença é que hoje em dia ingerimos muito mais calorias. Entre os outros mamíferos a gordura subcutânea só foi observada em espécies marinhas como baleias e focas, e mesmo assim com uma finalidade bem diferente: ela funciona como isolante térmico nas águas frias do seu habitat.
E para quem ainda não está convencido de que o ser humano e seus parentes tinham e ainda tem na carne parte importante da sua alimentação, cabe lembrar outro exemplo pré-histórico. O Homem de Neanderthal (
Homo neanderthalensis), um hominídeo contemporâneo dos primeiros Homo sapiens e que por muito tempo pensou tratar-se de um ancestral nosso (descobertas posteriores, incluindo a verificação do DNA mitocondrial, mostraram que na verdade provavelmente ele e a nossa espécie evoluíram separadamente de um ancestral comum), tinha uma dieta composta de 90 a 95% de carne. Tal fato pode ser observado no trabalho realizado no começo da década pela equipe de pesquisadores liderada por Michael Richards (na época, professor da Universidade de Bradford), que mediu a concentração de isótopos de carbono (13C) e nitrogênio (15N) em ossos de neanderthais de 29 mil anos; mostrando que na parte protéica dos ossos (o colágeno) destes hominídeos, tal concentração era comparável a dos grandes predadores. Outro detalhe importante: a massa encefálica de um Homem de Neanderthal é proporcionalmente maior que a de um humano moderno de mesma estatura. Eles eram bem adaptados ao clima frio e tudo indica que também eram exímios caçadores. O desaparecimento de suas grandes presas, como mamutes e mastodontes, provavelmente foi uma das causas da sua extinção. Um dos motivos da vitória do Homo sapiens foi justamente a sua maior versatilidade.
Mas, já que a carne é tão importante para a espécie humana, podemos viver sem ela? A resposta é... sim. É até mesmo possível ser totalmente vegetariano e ter uma alimentação saudável. De fato, há pessoas que vivem muito bem mantendo esse tipo de dieta. Isso porque os vegetais apresentam todos os nutrientes necessários ao organismo humano. Grãos ricos em proteínas, como feijão e soja, são ótimos substitutos para a carne, que é apenas mais calórica. Isso explica porque as dietas para emagrecer geralmente são ricas em vegetais, especialmente fibras. Contudo, cautela é essencial, uma vez que também há uma minoria dentre nós que não pode viver sem carne. A biologia ensina que, na natureza, toda regra tem sua exceção. Somente um especialista em nutrição pode prescrever uma dieta adequada para cada indivíduo.
A dieta da espécie humana varia muito de um lugar para outro. Os agricultores dos Andes peruanos mantém cerca de 95 % de sua alimentação a base de vegetais, enquanto os caçadores-coletores Kung de Botsuana consomem aproximadamente a mesma porcentagem em proteína de origem animal. Isso está diretamente ligado à oferta ambiente. Curiosamente, grandes sociedades industriais como as metrópoles dos Estados Unidos e do Brasil apresentam altos índices de colesterol e obesidade (mais de 50% dos norte-americanos e cerca de 40% dos brasileiros apresenta sobrepeso, sendo que boa parte destes já é considerada obesa) apesar do consumo de proteína animal não exceder a média de 60% da sua dieta. Isso se deve à razão entre o que se consome e a energia gasta. Hoje em dia, a vida nas grandes cidades possui uma série de confortos que torna o esforço físico mínimo. Nossos antepassados não apenas ingeriam menos calorias, devido à dificuldade em encontrá-las, como passavam boa parte do tempo gastando-as, fosse à procura de alimento, fosse lutando ou fugindo de predadores. Tribos como os caçadores de Botsuana e da Tanzânia, bem como alguns índios do continente americano, ainda vivem desta forma. Isso explica o fato da obesidade nestes povos ser extremamente rara. E quando aparece quase sempre ela é decorrente de fatores genéticos ou hormonais. Nas grandes cidades consome-se muita caloria e geralmente se gasta pouco. Daí os altos índices de excesso de peso e problemas decorrentes do mesmo. Mais uma vez, ao contrário do que os fanáticos vegetarianos pregam, não é necessariamente a carne que engorda, mas sim o sedentarismo aliado a uma dieta desbalanceada.
Em contrapartida à onda vegetariana, levantou-se recentemente uma pequena legião de defensores do consumo de carne. A mais conhecida no Brasil talvez seja o Instituto Pró-Carne, que já tem até propagandas nos vagões do metrô. Sob a justificativa de que o consumo de carne seria "saudável" e "natural", este grupo tenta incentivar de todas as maneiras o consumo de proteína animal. Na verdade, seus reais objetivos nada têm a ver com a saúde da população. O Instituto Pró-Carne é um grupo criado e apoiado por grandes pecuaristas, que viram no aumento do número de brasileiros vegetarianos uma ameaça aos seus lucros. Entre muitas de suas alegações absurdas, estão algumas já bem famosas; como a de que crianças que não ingerem carne desenvolveriam menor QI (dita pelo pecuarista Carlos Viacava que, é sempre bom frisar, não possui nenhuma formação científica) e a de que o gado bovino é criado em pastos, "em harmonia com a natureza". Qualquer indivíduo medianamente informado sabe que pasto não é natureza, já que surge na grande maioria das vezes como conseqüência do desmatamento de ecossistemas naturais.
Como se pode perceber, é perfeitamente possível ter uma alimentação saudável sendo vegetariano. Mas isso de modo algum significa que o ser humano seja herbívoro. Estamos entre as muitas espécies de mamíferos aptas a ingerir matéria tanto de origem animal quanto vegetal.
A defesa dos direitos dos animais é algo digno e necessário. É muito importante ajudarmos quem não pode pedir socorro. É verdade que certos alimentos de origem animal como o foue graz e a carne de vitela são obtidos utilizando-se métodos com requintes de crueldade. Também é verdade que a pecuária é a maior responsável pelo desmatamento em boa parte do mundo. Mas daí partir para a defesa de um restritivo herbivorismo humano sem qualquer respaldo científico é extremismo. E todo extremismo nada mais é que pura insensatez. Infelizmente, a maioria dos autointitulados defensores dos animais demonstra que não sabem nada sobre os mesmos. Eles ainda precisam estudar muito. Um triste paradoxo.

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